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Fotografia para Blogueiras - Conceitos Básicos II

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Fiquei tão feliz com a repercussão do primeiro post de "Fotografia para Blogueiras", vocês nem imaginam! Foi muito bom saber que eu consegui explicar de uma maneira prática o que aprendi sobre fotografia, cada comentário que vocês fizeram me incentivou muito para continuar esse trabalho que comecei, e tem muita coisa ainda pela frente! Na parte 1, eu falei sobre alguns conceitos básicos e hoje vou falar um pouquinho mais dessa parte técnica. São apenas algumas noções básicas para sair do modo automático e entender como a fotografia funciona. Claro que existem muitos outros termos técnicos e assuntos mais complexos, mas aprendendo o básico, já dá para começar a fazer suas fotos em modo manual sem qualquer dificuldade. Até porque, eu também não sei tudo sobre fotografia, estou sempre aprendendo!

O objetivo dessa série de posts é que você consiga fazer fotos incríveis para seu blog! Se você quer trabalhar com fotografia, fotografar casamentos, fazer editoriais para revistas ou qualquer outra coisa, vai precisar de um curso mais avançado, voltado para o que você quer fazer! Mas, a verdade é que o princípio é o mesmo, dominar ISO, Abertura, Velocidade e mais algumas coisinhas bem importantes que vou falar hoje! 



FOTOMETRIA
Fotometria é a medição da luz. A câmera já possui um fotômetro interno e é ele quem nos diz como a foto vai ficar de acordo com os ajustes que fizemos no ISO, na abertura e na velocidade. Em algumas câmeras, o a medição do fotômetro pode ser um pouco diferente, e aí não tem jeito, tem que dar uma folheada no manual da sua câmera! Na Canon, ele funciona assim:



Imagina se o fotômetro não existisse, a gente ia ter que ficar tirando várias fotos até chegar nas configurações certas e acertar a exposição ideal! Para que a seta do fotômetro indique se a exposição está correta, basta apertar o botão como se fosse focar no objeto! 

Na teoria, tudo é mais simples! Mas na prática, o fotômetro pode indicar uma luz correta e a foto ficar um pouco escura demais ou clara demais. Você não precisa fazer fotos somente com a seta apontando no meio, você pode deixar a foto um pouco subexposta ou superexposta, vai depender do seu gosto pessoal!





Existe também alguns modos de medição dessa luz. É basicamente a área do quadro que o fotômetro vai levar em conta na hora de ler a luz. Existem quatro tipos:matricial, ponderada, parcial e pontual. As mais usadas são a matricial e a pontual, as outras são muito específicas. A medição matricial vai ler a área toda da sua foto e a pontual vai medir a luz do seu foco principal, eu costumo usar a medição pontual, mas a matricial garante uma melhor luminosidade na foto toda, ideal para quem ainda não tem muita prática! Fiz um esquema para ilustrar, mas em fotos feitas à luz do dia, não fará tanta diferença assim, por isso, não precisa se prender muito a isso, tá?



Se você fotometrar em um objeto preto, provavelmente a foto vai ficar com o fundo estourado, pois a luz foi medida de acordo com a cor do objeto em foco. Se fotometrar em um objeto branco, a foto vai ficar escura. Cada caso é um caso, mas por garantia, eu gosto de fotometrar em algum objeto que não seja branco ou preto, mesmo que ele não seja o meu foco, não precisa nem mesmo estar na foto, é apenas para fotometrar. 

FOCO
O foco é a área de nitidez da fotografia. O foco determina qual área da foto ficará em evidência. Ele é uma das partes mais importantes da sua foto, pois uma foto pode até sair com a exposição errada e ser editada mais tarde, mas se o foco sair errado você perderá a sua foto!

Como ajustar o foco da câmera?
Modo manual: Você pode mudar o foco para o modo M, ele fica no corpo da sua lente. Para focar, basta girar o anel de foco até ficar nítido. Nesse caso, é preciso muita prática e um olho muito bom! Em vídeos ele pode ser útil, mas na fotografia, ele não tem nenhuma vantagem em relação ao foco automático.

Modo automático: No modo automático, basta você apertar o botão de disparo até a metade, quando a câmera encontrar o objeto de foco, vai fazer um barulhinho bem característico, que já vem padronizado em todas as câmeras. No manual da sua câmera, você pode descobrir como mudar o botão para fazer o foco. O meu fica em um botão na parte de trás da câmera, e eu acho muito mais prático!


Como selecionar o ponto de foco?
Você pode deixar todos os pontos selecionados, aí a câmera decide onde será o foco principal. Se você é iniciante, essa opção é bem prática. Mas, você pode selecionar um dos pontos focais da sua câmera, e isso varia de acordo com o local em que você quer que o foco esteja.



Dica extra: Focar e recompor
Eu costumo deixar o foco no ponto central. Faço o foco aonde eu quero que ele permaneça e depois reenquadro toda a cena. Se você optar por essa opção, tome cuidado para não ir para frente nem para trás depois de focar, pois você perderá seu ponto de foco, principalmente se estiver usando uma abertura grande. Faça movimentos para os lados somente, a fim de enquadrar a sua foto. Mesmo assim, essa técnica tem boas chances de dar errado, haha! Mas se você treinar bastante, depois de um tempo se torna algo automático! A vantagem é que você não precisa ficar mudando o ponto de foco de acordo com a posição do objeto, e pode deixar o ponto focal fixo no meio.



Se você tem dois objetos na cena e quer que os dois fiquem em foco, é preciso que os dois objetos estejam no mesmo plano, e não um atrás do outro. Se os dois objetos estiverem em planos diferentes, um sempre ficará mais focado que o outro. Aqui eu fiz um exemplo de uma foto focada em pontos diferentes, repare que a lente da Diana F+ está em um plano mais à frente do que o corpo da câmera:



BALANÇO DE BRANCO (WHITE BALANCE)

Essa é uma parte um pouquinho mais chata e mais complicado de entender, na minha opinião, mas vou tentar resumir de um jeito simples, até porque não é algo que você precisa se desesperar! Como eu já disse, de todos estes assuntos que foram falados, o que eu considero o mais importante é o foco, o resto a gente dá um jeitinho, hehe! Claro que tudo é importante, o que eu quero dizer é que outros pequenos erros podem ser resolvidos na edição!

Vocês podem perceber que a luz influencia totalmente a fotografia, né? E que também muitas vezes tiramos várias fotos no mesmo ambiente, e elas mudam bruscamente de cor, de acordo com o horário ou com a luz do ambiente? O balanço de branco serve para a câmera fazer a leitura da temperatura da cor, esse ajuste é determinado pela unidade de medida Kelvin (lembra da aula de física, que o professor falava de Celsius, Fahrenheit e Kelvin?). A câmera lê e determina o que seria a "luz ideal" para que a foto saia da cor mais próxima do real. Mas, muitas vezes a câmera não consegue dterminar a cor exata e a nossa foto acaba ficando muito amarelada ou muito azulada, quem nunca passou por isso, né? 


"Ooops, acho que deixei no tungstênio!"

Não vou me prolongar nessa mini-aula de física, mas é importante saber que, fisicamente falando, quanto mais azul a cor da foto, mais alta é a temperatura e quanto mais amarela, mais baixa é a temperatura da cor. Confunde a cabeça mesmo, já que estamos acostumado com a psicologia das cores, onde o quente é vermelho e o azul é frio. Mas se não fosse confuso, não seria física, hahaha! A luz natural de um dia claro é calculada em uma temperatura de 5.500K.



Na teoria é isso, mas não se preocupem, na prática é bem mais fácil! Na câmera existe várias opções pré-ajustadas que vocês podem usar: Automático (AWB), luz do dia, sombra, nublado, tungstênio, flash, customizado e em alguns modelos, a opção K (personalizado). Essa tabela resume bem tudo que eu falei e ainda mostra todas as opções com exemplos:





IMPORTANTE!
Resumindo, percebem que o modo automático fica entre 3.000 e 7.000K? Ou seja, ele nunca irá ao extremo do azul ou do amarelo, então podemos considerar o modo mais confiável para trabalhar na câmera e também é o mais utilizado.Se a foto não sair como você queria, pode mudar o balanço de branco em algum programa de edição, como o Lightroom.




Mas você disse tudo isso para no final dizer que podemos usar no automático, Maria? Sim!!! Mas agora, vocês sabem o porquê de usar no modo automático e também podem ser livres para usar em outros modos também! Não existe a cor certa, pois dependendo do clima que você quer dar para a foto, é necessário que ela fique mais amarelada ou azulada, tudo vai depender do seu objetivo. Para fotografar produtos de resenhas, maquiagem e roupas, eu recomendo que vocês procurem deixar o mais próximo possível da cor real! Também espero que vocês tenham entendido como funciona esse esquema de temperatura de cor! Fiz algumas fotos para vocês  compararem na prática:





RAW x JPEG

Por último, e também para fechar os posts de conceitos básicos, vou falar bem rapidinho de uma configuração, que muitos não conhecem! Eu só soube da existência dele quando entrei no curso de fotografia: o formato RAW!

Praticamente todos os fotógrafos fotografam no formato RAW, a extensão do arquivo é .CR2. (Canon) ou .NEF (Nikon). O RAW é um tipo de arquivo muito mais pesado que o tradicional JPEG, e só pode ser aberto através de um software (Lightroom ou Photoshop). No Mac, é possível visualizar a foto em modo RAW, mas no Windows ele não abre no programa de visualização. O arquivo RAW, como o próprio nome diz, é o arquivo cru, e necessita ser aberto em um programa de edição, nem que seja só para exportar em formato JPEG!



Como eu trabalho?
Nos meus trabalhos como fotógrafa eu sempre utilizo a opção RAW + JPEG, aí a câmera salva todas as fotos nos dois formatos pra mim, mas faço isso por precaução, caso precise do formato JPEG. Eu edito as fotos em RAW no Lightroom e exporto em modo JPEG. Para fotos que eu vou utilizar somente no blog e nas redes sociais, eu faço tudo em JPEG! Como a diferença é praticamente imperceptível na tela do computador, não vejo necessidade de usar esse formato. Além disso, estou sempre produzindo conteúdo para o blog, e usar o modo JPEG me economiza tempo e edição, pois o arquivo é muito pesado!




Achei interessante que vocês soubessem disso, mas se você não trabalha com fotografia e nem costuma imprimir fotos, não acho que seja necessário utilizar o modo RAW. Para vocês terem uma ideia, fotojornalistas costumam usar o modo JPEG, pela praticidade, já que muitas vezes nem dá tempo de deitar uma foto que será publicada em um site por exemplo, e nós produzimos conteúdo para web! Então, no nosso caso, devemos pensar pelo lado mais prático e que facilite essa produção!

Na próxima quinta, vou falar sobre câmeras! É uma das perguntas que mais recebo "Qual câmera você indica?" Espero que vocês tenham gostado tanto quanto o outro post! Qualquer dúvida, deixem nos comentários! Até mais, pessoal! :)

Acompanhe todos os posts:
Fotografia para Blogueiras - Conceitos Básicos I

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